Por José Carlos de Morais – C77TV | Abril de 2025
Todos os anos, entre as batidas do Carnaval e a doçura da Páscoa, o Brasil silencia. A música dá lugar à introspecção, o brilho cede espaço à simplicidade, e milhões de brasileiros iniciam um caminho de fé profunda: a Quaresma. Este é o maior evento espiritual do país, vivido intensamente por cristãos de diferentes denominações e respeitado por outras religiões e tradições.
A Quaresma, com seus 40 dias de preparação para a Páscoa, começa na Quarta-feira de Cinzas e convida os fiéis à oração, jejum, caridade e conversão. É uma caminhada simbólica inspirada nos 40 dias que Jesus Cristo passou no deserto, em jejum, sendo tentado, mas permanecendo firme em seu propósito.
Um tempo de silêncio e propósito
Durante a Quaresma, o Brasil testemunha uma transformação silenciosa. Igrejas ficam mais cheias, famílias buscam momentos de união espiritual, e muitos adotam gestos simbólicos como abstinência de carne, redes sociais ou hábitos negativos.
“Não é apenas uma tradição. É um reencontro com o que somos por dentro”, diz a psicóloga e psicanalista Lucélia Perez, apresentadora do programa Despertar Emocional, no canal C77TV. “O jejum não é só de alimento, mas de tudo o que nos afasta do amor, da paz e da empatia.”
Por que Jesus? Por que segui-lo?
Mesmo em tempos modernos, a vida e a mensagem de Jesus de Nazaré continuam a inspirar milhões no Brasil e no mundo. Filho de um humilde carpinteiro, sua história é um marco espiritual e histórico. Suas palavras de amor, perdão, justiça e resistência à hipocrisia ecoam até hoje.
“Jesus não ofereceu riquezas, mas um caminho. Um caminho de entrega, coragem e compaixão. Segui-lo é uma escolha de vida, de transformação interior”, afirma o teólogo e historiador Padre Antônio Ribeiro, da Arquidiocese de São Paulo.
Para muitos brasileiros, seguir Jesus é um ato de fé, mas também de resistência, de esperança diante das injustiças, e de amor em um mundo cada vez mais conturbado.
Uma jornada coletiva
A força da Quaresma no Brasil também se vê na encenação da Paixão de Cristo, nas campanhas da fraternidade promovidas pela Igreja, e nos atos silenciosos de generosidade espalhados pelas ruas, escolas, empresas e comunidades.
É nesse tempo que o país, mesmo em sua diversidade de crenças e ritmos, reencontra uma essência comum: a busca pela luz, pela verdade e por um mundo mais humano.
“A Quaresma nos lembra que todo deserto tem fim, e que após a cruz, sempre há ressurreição.”
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